quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

O emblema da Seicho-No-Ie


A parte externa do emblema, em forma de círculo, representa o Sol, do qual saem 32 raios simbolizando a luz que tudo ilumina. A parte inferior é constituída pela lua e, no centro, por uma estrela. Os três astros reunidos harmoniosamente simbolizam o Universo. Deus é a lei fundamental que criou todo o Universo e tudo é regido por suas leis. A Seicho-No-Ie é a manifestação do mundo da realidade absoluta (Imagem Verdadeira) por Ele criado, e por esse motivo estão expressos em seu emblema o Sol, a Lua e a estrela. O Sol representa também o xintoísmo, religião tradicional do Japão, anterior ao budismo. O xintoísmo clássico japonês venerou a Deusa Amaterasu, deusa do Sol. A forma circular indica ainda a Grande Harmonia, isto é, o espírito que se harmoniza com todos.
A lua representa o budismo, porque este prosperou grandemente no país denominado Lua (Guashikoku) – região Oeste da China e que alastrou aos extremos Sol e Norte no Século II. No budismo a Lua é um símbolo com importante significado, pois Buda frequentemente a ela se referia para esclarecer seus ensinamentos: “Pensais que a Lua morre quando se esconde no monte Shumi? Não. Ela aparentemente desaparece sob a sombra do monte, mas sua existência é eterna”; “Quando a Lua se apresenta no quarto-minguante, não supondes que ela foi fragmentada; a verdadeira Lua permanece esférica e perfeita. Assim é a Perfeição Interior (Imagem Verdadeira)”.
Note-se também que a Lua tem o formato de cruz gamada com as pontas direcionadas para o sentido horário. Atualmente a cruz gamada é adotada como símbolo do Budismo com as pontas direcionadas para o sentido anti-horário (antigamente era indiscriminado).
A Seicho-No-Ie usa a cruz gamada com o giro no sentido do movimento dos ponteiros do relógio porque representa a direção correta: o lado esquerdo avança enquanto o lado direito recua; o direito representa a força feminina (negativa); o esquerdo, a força masculina (positiva).
A estrela representa o cristianismo, pois, no dia do nascimento de Jesus Cristo, três sábios foram guiados até ele por uma estrela milagrosa. Por outro lado, a estrela do emblema é cruciforme, com oito pontas formando ângulo de 45°, as quais correspondem aos pontos cardeais e colaterais da Terra convergindo para um único centro. A cruz expressa a não existência da carne, da matéria; o “X” para anular as coisas fenomênicas. Jesus deixou-se pregar na cruz e ressuscitou como Cristo para revelar à humanidade que o corpo carnal não existe originariamente, e que somente a vida de Deus é existência verdadeira. O emblema da Seicho-No-Ie traz os símbolos das três grandes religiões do mundo – cristianismo, budismo e xintoísmo – para exprimir a unicidade da essência dos ensinamentos religiosos: todas as religiões contêm na essência uma única Verdade. E a missão da Seicho-No-Ie é transmitir essa Verdade única, vivificando e esclarecendo os ensinamentos tanto de Cristo quanto de Buda ou do Xintoísmo. Estes são os significados que encerra o emblema da Seicho-No-Ie. (Fonte: Manual do Divulgador – SEICHO-NO-IE DO BRASIL).

A origem do emblema da Seicho-No-Ie

Este emblema não foi criado através de alguma ideia humana. Quando a Seicho-No-Ie se expandiu na cidade de Osaka, foi fundada uma sede regional de adeptos e eleito como presidente o sr. Kanjiro Kadowaki, um fervoroso e grande estudioso do budismo. Pesquisando o budismo, ele encontrou muitos pontos de difícil compreensão, por se tratar de uma doutrina realmente complicada. Quando, porém, o sr. Kadowaki adquiriu e leu o livro A Verdade da Vida, compreendeu muito bem a Verdade pregada pelo budismo, a qual, até então, não conseguia entender. Ao perceber que tal livro continha palavras de Sakyamuni escritas em linguagem moderna, foi tomado de profunda emoção e, quando praticou a Meditação Shinsokan, orou fervorosamente o seguinte: “Deus, se for Sua vontade, faça com que eu visualize a imagem do Deus que transmitiu os ensinamentos contidos no livro A Verdade da Vida”.
O sr. Kanjiro Kadowaki, com os olhos fechados, visualizou um azul intenso, igual ao do céu límpido, e a imagem da “Deusa do amor” do budismo, que se chama Kanzeon Bosatsu.
No cristianismo, Deus Se manifestou com a imagem masculina de “Pai do céu”, mas, no budismo, o mesmo Deus Se manifestou em forma de mulher, como Deusa do Amor.
O sr. Kadowaki visualizou a Deusa do Amor segurando na mão esquerda um botão de lótus prestes a desabrochar. Por ter visto essa imagem, ele foi à minha casa, que na época ficava na vila Sumiyoshi (hoje, cidade de Kobe), e, após relatar-me a experiência da visão espiritual durante a Meditação Shinsokan, perguntou-me:
-Deus que se manifesta através da Seicho-No-Ie é de fato Kanzeon Bosatsu?
-Deus não tem forma, mas manifesta-Se de diferentes formas de acordo com a pessoa que O visualiza. Se Ele achar que a imagem de Kanzeon Bosatsu aprofundará a fé da pessoa, manifestar-Se-á como tal – respondi.
(TANIGUCHI, Masaharu. A filosofia da Verdade que Gera Milagres. Vol. 1. 1ª Ed. São Paulo: Seicho-No-Ie do Brasil, 1994, cap.4. p. 113).

Kanzeon Bosatsu aparece com o emblema da Seicho-No-Ie que simboliza a identidade de todas as religiões na sua essência

Quatro anos após esse episódio, mudei-me da província de Hyogo para Tóquio. Com o movimento centralizado em Tóquio, a Seicho-No-Ie começou a se desenvolver cada vez mais e pensei em criar um emblema.
Havia muitos artistas adeptos da Seicho-No-Ie e, dentre eles, encontrava-se o prof. Yatsuharu Yamane, eminente escultor, que na época integrava o corpo de jurados nas exposições de esculturas realizadas pelo governo. Solicitei a ele o desenho de um emblema para a Seicho-No-Ie que simbolizasse a identidade de todas as religiões na sua essência.
O prof. Yatsuharu Yamane criou sete modelos e os levou a mim. Dentre os sete, escolhi este, que considerei ser o melhor, e ele se tornou o emblema efetivo.
Definido o emblema, mandamos fazer distintivos de metal em relevo para os adeptos usarem na lapela. E enviamos algumas centenas ao presidente da Federação dos adeptos da Seicho-No-Ie em Osaka, sr. Kanjiro Kadowaki, que citei há pouco, solicitou-lhe que distribuísse aos adeptos que o desejassem.
O emblema nos distintivos usados pelos dirigentes da Seicho-No-Ie têm cores diferentes dos usados pelos adeptos em geral, para que possamos distinguir as pessoas que trabalham na Sede Central. Mas as cores verdadeiras são as que constam no emblema exposto no palco do auditório.
O sr. Kanjiro Kadowaki, ao olhar os distintivos que a Sede Central lhe enviara, pensou: “já vi este emblema, há muito tempo”. Lembrou-se de que, quatro anos antes, quando pedira a Deus que lhe mostrasse a imagem de Deus que Se manifesta através da Seicho-No-Ie, Kanzeon Bosatsu aparecera usando uma coroa em cujo centro havia este mesmo emblema. Então ele sentiu que realmente Kanzeon Bosatsu era o Deus que Se manifesta através da Seicho-No-Ie, pois quatro anos antes de surgir o emblema neste mundo, ela já o usava.
(TANIGUCHI, Masaharu. A Filosofia da Verdade que Gera Milagres. Vol. 1. 1ª Ed. São Paulo: Seicho-No-Ie do Brasil, 1994. cap. 4. p.114).